MONSTERS TOUR . PR | Makila Crowley

MONSTERS TOUR . PR • 28/04/2015

OZZY OSBOURNE, JUDAS PRIEST, MOTÖRHEAD . 28/04/2015 . Pedreira Paulo Leminski . Curitiba/PR

 

Texto: Edson Roberto Fidélis
Fotos: Makila Crowley

 

“Terça feira, dia 28 de abril foi o dia em que os ‘Monstros do Rock” foram escalados para presentear Curitiba com o mais puro Heavy Metal. Havia no ar certa ansiedade e dúvida se haveriam três bandas britânicas em cima do palco montado na Pedreira Paulo Leminsky. Eu particularmente cheguei a Curitiba com a certeza de que veria Lemmy Kilmister em ação mesmo com todas as demonstrações de fraqueza de saúde do “Padrasto do Metal”.

 

O público teve facilidade pra entrar, sem contratempos, nem maiores reclamações. Em relação a estrutura para receber o público, também esteve a contento.

 

Mas o que interessava mesmo eram os Monstros do Rock, e contrariando aos pessimistas de plantão, as 18h30 o Motorhead entra em cena, e Lemmy dispara: “Good evening. We are  MOTÖRHEAD,  and we play  rock n’ roll”, e entre gritos do público de “Motorhead” eles começam com Shoot You in the Back, mostrando que, se o frontman já não ostenta o mesmo vigor de outros tempos, ainda tem muito tesão em espancar seu contrabaixo e soltar a voz gutural que marcou a carreira da banda. Sem frescuras, mandaram em seguida Damage Case, com o guitarrista Phil Campbell andando de um lado pra outro, com solos precisos, mostrando a qualidade sonora da banda, apesar de alguns problemas técnicos no início (aparentemente, Campbel não estava ouvindo a sua guitarra), ele fez alguns sinais ao roadie, trocou a guitarra e resolveu o problema.

 

Lemmy saudou Curitiba e anunciou Metropolis. Difícil era tirar os olhos do mascote da banda no telão, o Snaggletooth. A primeira imagem trazia os anos de 1975 e 2015 em dois naipes de espadas, representando os 40 anos de banda e a frase em latim Victoria aut Morte fazendo menção ao que representa a vida de Lemmy Kilmister.  Antes de tocarem a próxima, Campbell agradeceu e pediu pra galera gritar, no que foi prontamente atendido. Lemmy achou que os gritos estavam fracos e pediu: “Quero ouvir um pouco da dor de vocês: 1,2,3,4” e todos gritaram muito mais alto, no que ele disparou: ‘It’s better” então dedica à todos a próxima música, Over the top, e ao final dela Lemmy deixa o palco para um solo de guitarra de Campbell. Eu particularmente não gosto de solos de nenhuma espécie em shows de Rock, mas o de Campbell foi curto e eficiente e emendou The Chase Is Better Than the Catch na seqüência, para delírio do público presente.

 

Mesmo pra mim, já veterano em shows, mas que não tinha assistido ao Motorhead ainda foi uma emoção muito grande ver Lemmy em cima do palco. Um legítimo Monstro do Rock estava sendo visto nessa noite e fiquei emocionado, eu confesso. E assim deveriam estar todos os presentes, pois ao anunciar a próxima música Rock it, os gritos de “Lemmy, Lemmy, Lemmy” foram ouvidos em uníssono na Pedreira. E falar em Pedreira em termos de show de Metal é falar de qualidade sonora garantida. Realmente o público ganhou e muito em Curitiba com a reabertura da mesma!

 

 

Ao final de Rock it Lemmy agradeceu com um “Thank you, obrigado” e anunciou a próxima música do mais recente álbum (After Shock) Do you Believe, um rockão pesado entremeado de breves solos da guitarra de Campbell. Lemmy anuncia mais uma do mesmo álbum, Lost Woman Blues, uma baladona com um blues sujo e um final parecendo um trem descarrilhado, como só Mr. Kilmister e companhia sabem fazer. Ao final uma brincadeira de Campbell e Lemmy com o público e o anúncio de uma música mais rápida, Doctor Rock.  Eu vibrei muito com uma das minhas músicas preferidas, mas nessa hora ficou latente que Lemmy já tem dificuldades em cantar, eu achei a letra muito “mastigada”, mas valeu de qualquer forma esperar tantos anos pra ver a execução dela. Antes do final, um solo de bateria, mostrando toda a força de Mikkey Dee com as baquetas, mesmo pra mim que não gosto de solos, valeu a execução, para então finalizarem Doctor Rock!

 

Just ‘Cos You Got the Power foi anunciada com um discurso de Lemmy dizendo que não é porque você tem o poder que você tem o direito, que é exatamente o que diz o refrão da música: Just ´Cos You Got The Power,That don´t mean you got the right . Solos inspiradíssimos de Campbel durante a música levaram o púbico ao delírio. Lemmy anunciou que essa fora uma música do álbum Rock and Roll, e perguntou pra galera se gostavam de Rock and Roll, houve uma resposta meio branda e ele pediu: “Say Yes”, no que todos responderam com força: “YEEESSSSS”.

 

 

O show se aproximava do final e não podia faltar Goin to Brazil, tocada sempre com paixão pela banda e então veio o momento esperado por muitos, quando sem deixar ninguém parar pra respirar já emendaram Ace of Spades, para delírio total do público e então a banda sai do palco!

 

Voltaram aos gritos de MOTORHEAD, MOTORHEAD!! E então foi o momento de dar risadas com o velho Lemmy, quando ele falou que adora a América do Sul, mas em especial o Brasil, porque só aqui ele conseguiu transar com uma garota no banco de trás de um taxi. Veio então a apresentação da banda (que dispensa apresentações) e Campbell pede para fazermos muito barulho, pois ali estava o Mr. KILLmister.

 

Lemmy agradeceu, disse que foi uma excelente noite e pede que não os esqueçamos, pois eles são o Motorhead e tocam Rock and Roll (Como se fosse possível esquecer o Motorhead) e então disparam Overkill pra fechar a noite e saciar os mais de 15 mil presentes! Lemmy ainda fechou a noite apontando o contrabaixo no melhor estilo metralhadora para a galera! Foram setenta minutos de puro Rock and Roll  e atitude, pra ninguém reclamar. Longa vida a Lemmy, e agora era esperar a próxima apresentação!

 

 

Quase 45 minutos de espera separaram o fim do show do Motorhead do começo do show do Judas Priest. Eram 20h30 quando os primeiros acordes de Battle Cry foram ouvidos no playback e a banda entrou no palco pra executar Dragonaut, faixa que também abre o álbum Redeemer of Souls. Eu tive uma sensação de menos ansiedade em relação ao show, pois já havia visto no domingo (26) em São Paulo, mas quando os “Deuses do Metal” entraram no palco foi como se nunca tivesse os visto, pois o Judas é uma banda que te deixa estupefato a cada vez que se assiste, tamanha a qualidade técnica, precisão e peso (principalmente peso) da banda ao vivo.

 

Já na seqüência, emendaram Metal Gods, e percebe-se que a voz do líder da banda é um espetáculo a parte. Rob Halford chega aos 63 anos com uma potência vocal que poucos podem ostentar. Ao final, Rob diz pra galera que “The Priest is back’ e pergunta se estão todos preparados e mediante a resposta empolgada do público dispara Devil’s Child, executada com maestria e na seqüência emendaram Victim of Changes, com uma das introduções mais marcantes da NWOBHM, impossível ouvir e não arrepiar.  Halford continuava disparando notas vocais poderosíssimas enquanto o baixo de Ian Hill marcava de forma inequívoca o tom da música. E se não há mais em cima do palco a presença mítica de K.K. Downing pra formar a dupla de guitarras, não falta a Richie Faulkner qualidade e atitude pra compensar o pouco tempo de  estrada com o Judas Priest, além de interagir muito bem com a galera é um guitarrista de altíssimo nível. Victim of Changes encerrou-se com o público boquiaberto e vibrando ao som dos agudos de Halford!

 

 

E pra provar que nem só de clássicos vive o Judas, eles tocam Halls of Valhalla, momento em que eu curti muito as imagens no telão, que entre figuras míticas, dava a impressão de que havia ondas de lava de um vulcão atrás de Halford, realmente um momento hipnótico para mim e com certeza para todo o público presente. Detalhe ainda para a alternância vocal de Rob Halford, entre agudos e sons guturais ao cantar halls… of Valhalla!”, realmente algo digno de um deus do Metal, o show nem chegara à metade e eu estava extasiado! Nem mesmo a chuva que caiu por alguns minutos esfriou o público, foi só colocar a famosa capinha de chuva e seguir curtindo o show!
Chega o momento daquela música do amaldiçoado álbum Turbo, mas ao vivo ela realmente é muito empolgante: Turbo Lover fez todos cantarem “I’m your turbo lover/Tell me there’s no other/I’m your turbo lover/Better run for cover” sem se importar com o quanto ela soa fraquinha no álbum de estúdio. Foi um momento marcante entre público e banda, sem dúvida. Rob agradeceu ao final, disse que era um prazer estar em Curitiba pela primeira vez e disparou mais uma do novo álbum (que por sinal é muito bom), a faixa título Redeemer of Souls que foi tocada com vigor e prazer de uma banda iniciante, sem dar mostras de que estão a mais de 40 anos na estrada. E foi exatamente o que Rob Halford falou ao anunciar a próxima música, que o Judas vem fazendo Heavy Metal a 40 anos, e disparou Jawbreaker do excelente Defenders of the Faith, de 31 anos atrás!

 

 

Breaking the what? Breaking the what? Breaking the what? Ao ouvir essa indagação todo o público presente se esgoelou gritando “Laawww”. Então quebremos as regras, disse o frontman, e a banda manda a clássica Breaking the Law, que fez a galera cantar junto, do início ao fim mais essa do British of Steel!

 

E é chegada a hora de cavalgar a Harley-Davidson! Rob Halford acelera a máquina e a galera enlouquece, esperando a entrada. Ele entra pilotando a Harley e a banda detona Hell Bent for Leather tocada com garra e precisão para logo em seguida se retirarem do palco. A banda sai, a Harley fica e todos gritam JUDAS, JUDAS, JUDAS, até que a banda retorne ao palco com Hellion ao fundo, é a introdução para Eletric Eye, o show caminha para o fim e a energia da banda parece aumentar. Os solos perfeitos de Richie Faulkner e Glenn Tipton e o desempenho vocal de Halford levam o público ao delírio.

 

Ao final de Eletric Eye, toda a banda se retira novamente e o batera Scott Travis pergunta se o público quer ouvir mais uma música, e pergunta o que Curitiba quer ouvir, a resposta é uma só: PAIN KILLER!! Não poderia faltar Pain Killer e ela é tocada com garra e qualidade vocal como se o show estivesse começando naquele instante, realmente o vocalista do Judas Priest é algo fenomenal ao vivo, e os solos dessa música ao vivo enlouqueceram o público.  E havia gás pra saideira: Living After Midnight, com seu clima de festa, viria para encerrar o show, com o público em Curitiba cantando junto o refrão. Ao final Rob Halford agradeceu em português ao público: “Obrigado Curitiba” e a banda saiu do palco ovacionada após 70 minutos de show. Foi intenso demais. E ainda viria o Madman!

 

 

Foram surpreendentemente apenas vinte minutos de espera. Eram 22 horas e houve uma espécie de explosão nos amplificadores, uma ópera estilo Carmina Burana tocou ao fundo e logo em seguida a voz de Ozzy foi ouvida: “Hey, hey, hey… hey, hey, hey… are you ready to go fucking crazy? Let the madness Begin”!  E com o Madman no meio do palco iniciaram o show ao som de Bark at the Moon. Muito se fala do Príncipe das Trevas, sobre a saúde dele, sobre a esposa obrigar ele a seguir, mas a verdade é que ele me parece uma criança grande em cima do palco, esbanjando disposição e talento para, do jeito dele entreter e enlouquecer os fãs. O guitarrista Gus G realmente faz jus a fama que tem e é excelente, com solos inspiradíssimos deu um toque especial à faixa de abertura do show.

 

Quando estávamos ainda absortos pela execução da primeira música que havia acabado, gritando “OZZY, OZZY, OZZY”, ele anuncia Mr. Crowley, e o teclado de Adam Wakeman  faz arrepiar a galera e Ozzy no centro do palco fazendo todos cantarem e gritar apenas com o movimento de suas mãos, como que numa hipnose coletiva. E aí ela manda um “Miiister Crowley” e Curitiba enlouquece. Sobre Adam Wakeman, sim, ele é filho do lendário tecladista Rick Wakeman, e os talentos do pai me parece que foram passados ao filho, é excelente tecladista, ficou bem claro isso ao vivo.

 

 

Antes de anunciar I Don’t Know, Ozzy dá uma risada e diz: “I’m back to see you”, Gus G apresenta os riffs iniciais e a galera continua curtindo. Ozzy se cansou dos famosos baldes de água e arrumou uma brincadeira mais estimulante, digamos assim, entre um momento e outro, sai da frente do microfone, agarra-se a uma mangueira e despeja espuma em tudo e todos que cruzarem sua frente. Sobrou pra galera das primeiras filas, fotógrafos, auxiliares de palco, etc. Era muito divertido e gratificante ver ele enlouquecer com o “brinquedo’ dele.

 

Ouviu-se do público bem de  leve um “Olê, olé, olé, olé,, Ozzy, Ozzy”, mas dessa vez o Madman não se empolgou muito e mandou a primeira do Black Sabbath na noite: Fairies Wear Boots. Eu estive nos dois shows do Sabbath em 2013 e tive a impressão que o Príncipe das Trevas está cantando melhor do que a pouco mais de um ano atrás. Não há, me desculpem a opinião,  a mesma magia de quando foi tocada por Iommi e Butler, mas Gus G e Rob Nicholson mantém ela em altíssimo nível, auxiliados por Tommy Clufetos que já vem espancando as peles da batera do Sabbath desde 2013.

 

Ao final de  Fairies… Ozzy pergunta como estão todos, e com seu jeito de autista, não dá muita atenção pra resposta e anuncia Suicide Solution. Ozzy não me parece em cima do palco, (tirando aquele andar trôpego para a direita e esquerda como um bate-volta) um senhor de 66 anos que já deveria ter sido consumido pelas drogas que ingeriu. Ele agita a galera, batendo palmas e fazendo com que o público faça o mesmo, ao que todos respondem com muita satisfação. Novamente aqui, a presença do grego Gus G é notada com muita qualidade no solo. Segue-se um “We Love you all” e finda mais uma!

 

“Olê, olê, olê, olê, Ozzy, Ozzy” e agora a platéia chama a atenção do Madman que responde junto, antes de anunciar a balada Road to Nowhere, momento em que tive vontade de pegar o celular e ligar pra esposa ouvir também, daí lembrei que isso é idiotice, ninguém entende nada do outro lado da linha, mas confesso que acompanhei emocionado, e cantei quase em lágrimas: “The road to nowhere’s gonna pass me by/Ah, ah/I hope we never have to say goodbye/I never want to live without you”. E pra variar o solo de guitarra de Gus foi espetacular!

 

 

Ozzy larga um Oh, oh,oh,oh, oh…oh, oh… a galera manda um Ozzy, Ozzy e era hora de saudar o Black Sabbath novamente, e a música da vez foi War Pigs, com seu começo fúnebre e a sirene ao fundo, enquanto Ozzy pedia pra ver nossas mãos batendo palmas. Ozzy seguiu cantando e batendo palmas e o público acompanhando junto. Eu gosto muito das viradas de bateria dessa música e Tommy Clufetos foi perfeito na execução, seguido pelo solo de Gus G, detalhe para Adam Wakeman que largou o teclado e  fez a segunda guitarra, enquanto o Príncipe das Trevas fazia seus súditos baterem palmas, e tenho a impressão que ouvi aquele “Cuco- Cuco” de 2013, quem estava nos shows do Sabbath sabe do que eu estou falando. No final 15 mil pessoas cantaram juntas ‘Oh, oh, oh, oh..ooohoo, oh, oh, oh…” e se tivessem nos mandado embora ali naquele momento, todos sairiam felizes.

 

Mas havia mais: “Vocês estão se divertindo?  Yeahhhh…Eu não estou ouvindo! Yeahhhh… I can’t fucking hearing you!! Yeahhhhh” E Ozzy anuncia Shot in the Dark, levando todos ao delírio, com Ozzy perfeito nos vocais, agitando a todos e seguindo batendo palmas.  Ao final dela Ozzy sai do palco e lá vem um solo de guitarra, que este que vos escreve já disse que não curte, então não há muito o que eu possa comentar, mas que ele foi seguido por mais uma do Black Sabbath: Rat Salad foi a terceira do álbum Paranoid a tocar, sensacional com as muitas viradas de bateria e um solo de bateria inserido também. Mas enfim, Rat Salad é instrumentalmente viciante e os membros da banda de Ozzy não deixaram por menos, hipnotizando o público de Curitiba e o solo de bateria findou no mesmo momento em que deu início a Iron Man e fez com que todos cantassem juntos o famoso:  “Oh, oh, oh, oh..ooohoo, oh, oh, oh…”. Ozzy batendo palmas, agitando, gritando que somos o número 1, e assim seguiu mais um clássico do Sabbath, com o público mesmo já cansado, desejando mais!

 

 

A próxima foi I Don’t Want to Change the World, e finalmente para o deleite de todos, Crazy Train, e não há como não lembrar-nos do talento e  do carisma de Randy Rhoads ao ouvir essa música, mas que foi executada com maestria e tirou muita gente do chão enquanto Ozzy gritava “Hey, hey, hey, hey”. Ao final dela, Ozzy se ajoelhou e agradeceu ao público, antes de se retirar do palco. Nós é que agradecemos a você Ozzy!

 

A galera gritava Ozzy e ele respondeu, pediu que cantássemos mais alto. Pediu pra que pedíssemos por mais uma música. O público respondeu. E ele voltou pra tocar mais uma: Paranoid, pra fechar o set com chave de ouro. Para aqueles que dizem que Ozzy está velho, gagá e acabado, deveriam ter estado lá para presenciar um dos maiores shows do ano, com certeza, um show digno dos Monsters of Rock!

 

 

Ao final eram 23h30, foram pouco mais de noventa minutos de show e ainda saímos de lá ouvindo a versão de Changes cantada por Ozzy e Kelly Osbourne num clima de melancolia pós-show, do tipo, puta-que pariu, acabou!

 

É óbvio que faltaram músicas a serem tocadas pelas três bandas, sempre faltará quando você tem somados em cima do palco mais de 120 anos de carreira, mas o set de cada banda não desagradou em nada aos fãs e com certeza satisfez o público fã de três das maiores bandas de Heavy Metal da história. Quem viu, viu…

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