IMMIGRANT . Pink Floyd Cover | Makila Crowley

IMMIGRANT . Pink Floyd Cover • 09/05/2015

IMMIGRANT . Pink Floyd Cover . 09/05/2015 . Teatro Carlos Gomes . Blumenau/SC

Texto: Jonathan Rodrigues Ev
Fotos: Makila Crowley

 

Na noite de 9 de maio, sábado, Blumenau recebeu o show “Pink Floyd – O Espetáculo”, comandado pela banda Immigrant, de Florianópolis. O evento ocorreu no Teatro Carlos Gomes, contando com um enorme público, que praticamente lotou todas as dependências do auditório Heinz Geyer.

            O release do espetáculo prometia que o espectador “faria uma verdadeira viagem pela história da banda inglesa através da cenografia, dos arranjos e dos figurinos fidedignos ao Pink Floyd”. Bem, quem compareceu conferiu exatamente o prometido, uma banda “afiada” tocando o repertório do Pink Floyd com extrema fidelidade a obra original, complementado com bons efeitos visuais.

            Pouco depois das 21h, uma representante da Effecta Coaching, uma das produtoras do evento, sobe ao palco, cumprimenta a plateia, e fala, entre outras coisas, que a Effecta Coaching está completando quatro anos, que o presente de aniversário vai para o público, e por fim, anuncia o início da apresentação. Começam com “Echoes”, em uma versão de causar arrepios, tamanha a fidelidade do grupo, com direito as harmonias vocais originalmente feitas por David Gilmour e Richard Wright. Vale ressaltar que deram uma encurtada nessa música, visto que a original tem mais de 23 minutos, a tocaram por aproximadamente 15, cortando os momentos mais experimentais que a faixa originalmente tem após os 12 minutos.

Continuam com “Empty Spaces”, essa cantada pelo baterista Fabiano Schlemper. A propósito, a banda está bem servida de vocalistas, pois quase todos os integrantes assumiram os vocais em algum momento do show, ou pelo menos fizeram backing vocals. Pelo que percebi, a maior parte dos vocais foram realizados pelos guitarristas Miguel Faraco e Augusto Seara, e o baixista Enio Schlemper. Deixando o som ainda mais completo, o grupo contou com três backing vocals femininas (Jéssica Lipinski, Juliane Andrezzo e Marina Schmidt), como o Pink Floyd utilizava em suas apresentações, que em “Empty Spaces” estavam de costas para o público “escondidas” no canto do palco, pois na sequência tocaram “Young Lust”, e estas fizeram uma excelente performance à parte.

            Nesse início já era possível perceber como o som estava excelente, com todos os instrumentos e vocais bem audíveis, e como seria um belo espetáculo áudio visual, com a iluminação variando a cada canção, assim como as imagens no telão (em formato circular, parecendo uma réplica em tamanho menor do utilizado pelo Pink Floyd), ajudando a criar uma atmosfera ainda mais própria para cada momento, como se apenas o som do Pink Floyd não bastasse para isso.

Após “Young Lust”, as backing vocals deixam o palco, um dos guitarristas pega um violão, e o grupo executa “Hey You”, com o baixista Enio Schlemper comando os vocais, apoiado pelo tecladista Fernando Faraco. Pessoalmente, um dos grandes momentos da noite, com aquele clima soturno da faixa original ganhando grandes proporções. Seguem com “Louder than Words”, do recente álbum de sobras “The Endless River”, com as backing vocals voltando a ação, e o telão exibindo uma animação referente a arte gráfica do disco. Uma troca de violão por guitarra, e começam  “Coming Back to Life”.

            Em seguida, “Learning to Fly”, com o telão exibindo imagens do vídeo clipe desse som. “Wish You Were Here” foi a próxima, com a intro pré-gravada da canção ressoando pelo teatro, bastando tocarem os primeiros acordes para causar enorme comoção no público, a maior reação até então. Infelizmente, nesse momento houve um problema com um violão que estava sendo utilizado, sendo rapidamente substituído por uma guitarra, nada que chegasse realmente a prejudicar a apresentação.

Continuando, um grande momento do espetáculo, onde o grupo tocou uma sequência de faixas do “The Dark Side of the Moon”. Aliás, o logotipo do grupo remete ao prisma da capa. Iniciam com “Money” (ligeiramente maior que a versão de estúdio), e “Us and Them”. Ambas contaram com a participação do saxofonista Vito Lorenzoni, deixando tudo mais grandioso. “Any Colour You Like” veio em seguida, num clima psicodélico, devido as imagens no telão e iluminação, alternando diversas cores. Cabe uma observação aqui: apesar da iluminação ser extremamente bem elaborada, contribuindo muito para o show, em alguns poucos momentos incomodou quem estava no mezanino, pois vieram uns canhões de luz direto nos olhos de quem estava acompanhando a apresentação dali.

            Barulhos e imagens de relógio anunciam que virá “Time”, numa versão impecável. O tributo ao “The Dark Side of the Moon” termina com “The Great Gig in the Sky”, com um dos guitarristas deixando o palco, enquanto o outro senta, e pega um slide para tocar sua guitarra. Como não poderia deixar de ser, o grande destaque nesse momento são as três backing vocals, com cada uma fazendo um solo vocal, ganhando enormes e merecidos aplausos da plateia.

Aproximando-se do fim do espetáculo, executam, sem pausa, a sequência inicial do “The Wall”, indo de “In the Flesh?” a “Another Brick in the Wall (Part II)”. Desnecessário comentar a enorme fidelidade com que a fizeram, e a grande reação da galera, principalmente em “Another Brick in the Wall (Part II)”, que só não teve o coro de crianças, porém, as backing vocals supriram muito bem essa função.

            As luzes principais do palco são acessas, e Fabiano Schlemper conversa um pouco com a plateia, falando que a banda faz outros tributos, mas que Pink Floyd é o principal produto, e como estava feliz em ver casa cheia, como ainda tem tantos fãs do Pink Floyd. Comenta também que é a segunda vez que se apresentam no Teatro Carlos Gomes com esse show, que a anterior foi em julho de 2014, que na medida do possível, alteraram o repertório.

            Encerrando a noite, mandam “Run Like Hell”, com o início ampliado, o público batendo palmas no ritmo da música, e “Confortably Numb”, merecendo menção o solo de guitarra no final, absurdamente idêntico ao original. Após exatas duas horas, o grupo se despede, tiram algumas fotos com o público, incluindo naquela pose já clássica, na direção palco-plateia, mostrando a casa cheia.

            No fim das contas, uma noite memorável para os fãs de Pink Floyd. Esse mercado de bandas se especializarem em fazer tributos a grupos consagrados parece ser algo que continuará ganhando cada vez mais força, ainda mais com muitos veteranos encerrando as atividades, é o que servirá de opção para o público conferir ao vivo, sentir como eram os originais. Com isso, o espaço para esses grupos ficará mais disputado, ganhando aprovação do público aqueles que mostrarem maior qualidade. E a Immigrant na certa está nesses.

Setlist

Echoes
Empty Spaces
Young Lust
Hey You
Louder than Words
Coming Back to Life
Learning to Fly
Wish You Were Here
Money
Us and Them
Any Colour You Like
Time
The Great Gig in the Sky
In the Flesh?
The Thin Ice
Another Brick in the Wall (Part I)
The Happiest Days of Our Lives
Another Brick in the Wall (Part II)
Run Like Hell
Confortably Numb

Os comentários estão desativados.